terça-feira, 30 de novembro de 2010

Tarancón? De volta.

Acabo de chegar do encerramento do Salão Internacional do Livro da Paraíba. Para minha surpresa, o evento foi finalizado com o Grupo Tarancón, com um show belíssimo! Emocionante!
O Tarancón invadiu (com permissão total) a passagem da minha infância para a adolescência, compondo uma ilustração poético musical que tem minha existência por pertencimento. Consegui colecionar todos os LP's do grupo, li tudo sobre sua formação e trajetória sem nunca ter tido a oportunidade de assistir a uma apresentação daqueles que tentaram estabelecer um elo cultural e fraterno entre os povos da América Latina. Essa iniciativa se arrasta desde a década de 1970, com alterações na formação dos integrantes, sem, contudo, alterar o conteúdo. Nesta noite, pude confirmar que a música dos Andes não envelhece no tempo... talvez, sim, nas pessoas.
Lembrei-me de quando me mudei para Macapá e, logo, vivemos numa pequena casa no bairro Santa Rita, onde, nos finais de semana, eu e minha amiga irmã Walda Mariza bebíamos cerveja ao som de compositores e cantores latinos, até nos sentirmos com asas, sobrevoando uma imaginária Cordilheira dos Andes como um enorme parênteses que se abre para o continente sul-americano, e que não se fecha... um parênteses para uma cultura grandiosamente rica e bela, que o Tarancón sintetiza e compartilha com maestria.
Queria compartilhar com vocês minhas emoções: chorei de alegria e prazer pela ternura que tomou conta de mim...

3 comentários:

Ademar Farinha disse...

Adriana, que coisa boa de se ouvir/ler!! Meu nome é Ademar Farinha, e sou do Tarancón. Esta apresentação no Salão Internacional do Livro da Paraíba foi muito especial para nós, em particular para mim, pois tenho vivido entre João Pessoa e São Paulo desde 2009.
Estou no grupo há 4 anos, mas é como se estivesse nele desde vinte anos atrás, pois como você, passei esta época de minha vida tendo no grupo o ideal sonoro de liberdade artística e pessoal, de luta por um mundo mais justo. E o som das flautas andinas, a quena e a zamponha me levaram a buscar a música como expressão, e trilhando o mesmo caminho latino-brasileiro, cheguei ao próprio Tarancón, onde me vejo onde hoje queria estar: poder através da música, evocar memórias tão belas como a tua, e também inspirar as novas gerações a buscar esta mesma magia que nos inspirou, e assim seguir sempre adiante...um vôo sem tempo, nem idade, nas asas da América latina!

Ademar Farinha
grupo Tarancón

Unknown disse...

Fiquei emocionada com suas palavras , e também compartilho desse sentimento de encantamento quando ouço o Tarancón. A cada show que assisto deles....nossa...já começo a sentir saudade ...

Moreno Overá disse...

Ademar Farinha é sem duvida um dos melhores instrumentistas e arranjadores, com quem tive o prazer de tocar em minha vida e além disso é pessoa de humildade sem tamanho...Fato que aumenta ainda mais o seu valor,por ser qualidade rara entre artistas....
É uma honra pra mim tocar ao seu lado!!
Grande abraço mano véio!!!!